Kungfu Louva-a-deus de Hong Kong
"The Mantis King"
Lai Kungfu Brasil é a maior escola de louva-a-deus kungfu do Brasil e está presente em 10 estados brasileiros, nos USA e no Reino Unido. A escola foi fundada em 1999, com a presença do Grão-Mestre Brendan Lai (1942-2002). O Instrutor Chefe Samuel Mendonça (phd), professor universitário há mais de 23 anos e instrutor de artes marciais desde 1986, já formou duas turmas de instrutores, uma em 2014 e outra em 2019. Ele é o responsável pelo desenvolvimento da linhagem do Grão-Mestre Brendan Lai e Mestre Tony Chuy no Brasil, que remetem ao "Rei" do louva-a-deus de Hong Kong, Grão-MestreWong Hon Funn.
Se você tem interesse em conhecer o genuíno louva-a-deus de Hong Kong, oriundo do Grão-Mestre Wong Hon Funn (Mantis King), aqui é o seu lugar. Instrutor Samuel Mendonça é discípulo do Grão-mestre Brendan Lai (Hong Kong/USA) e continua os seus estudos nos USA com o Mestre Tony Chuy, em NYC, seu irmão mais velho. Mendonça é graduado em Filosofia, com Mestrado em Ética (PUC Campinas), Doutorado em Filosofia da Educação (Unicamp), Pós-Doutorado (USP). É pesquisador do CNPq.
O livro A discourse on the history of praying mantis boxing in China for the last one hundred years, escrito pelo renomado pesquisador Wong Hon-Chiu, que foi professor nas universidades de Harvard, MIT e Pensilvânia, é nossa referência segura da linhagem de Hong Kong do louva-a-deus kungfu. Nossa escola prioriza o conhecimento sistemático e acadêmico e presta importante serviço à comunidade de arte marcial no Brasil ao enfatizar a importância dos estudos que ancoram a prática das artes marciais.
Instrutor Chefe Samuel Mendonça oferece aulas individuais ou para pequenos grupos em Campinas, SP. Mais informações pelo Instagram: @laikungfubrazil ou pelo WhatsApp: + 55 19 971541972.
MENDONÇA, Samuel (org.) (2014). Brendan Lai: Praying Mantis System in Brazil. Campinas: Librum.
HON-CHIU, Wong (2014). A discourse on the history of praying mantis boxing in China for the last one hundred years. Hong Kong: Cosmosbooks.
Sejam bem vindos (as)!
Samuel Mendonça
Ao final da Dinastia Ming (meio do século XVII), viveu um nativo de Shantung conhecido como Wong Long. Ele era um homem muito patriótico, e como o governo Ming estava prestes a ser deposto, ele sempre estava pensando em abdicar de seu corpo e alma para a defesa de seu país. No entanto, suas tentativas sempre foram fúteis, e seu entusiasmo rejeitado. Então, ele retirou-se para a Montanha Sung e praticou artes marciais no Templo Shaolin, na esperança que um dia isto o ajudaria.
Quando os Soldados de Ching tomaram o poder na China, Wong pensou que este era o momento de se voluntariar e oferecer seus serviços. Entretanto, ele não encontrou nenhuma posição disponível no governo ou no exército. Então, ele retornou ao Templo Shaolin e planejou lutar com forças de guerrilha contra o regime vigente. Infelizmente, seus planos foram descobertos pelos soldados, mas graças à sua habilidade superior, artimanhas e ajuda de colegas, Wong escapou acompanhado de seu instrutor. De maneira a evitar serem capturados, eles tomaram o caminho para as Montanhas Ngo-Mei e Kwan-Lun, eventualmente chegando à Montanha Lao, na província de Shantung.
Após algum tempo, o Sifu (significa instrutor/pai) de Wong Long faleceu devido à idade avançada e nenhum de seus colegas o sucedeu em seu lugar como instrutor. Para passar o tempo, Wong lutava amigavelmente com seu irmão mais velho de treino, tanto com mãos-vazias, bem como com armas. O irmão de Wong era mais habilidoso e consequentemente Wong era sempre derrotado.
Três anos rapidamente se passaram. Bem preparado, Wong combateu novamente com seu irmão mais velho, e perdeu mais uma vez. Então um dia, o irmão mais velho de Wong decidiu viajar e passar algum tempo passeando pelo país. Quando estava saindo, ele disse para Wong treinar muito, pois esperava ver grandes avanços nas habilidades de Wong, ao retornar.
Em um dia quente, Wong sentiu-se entediado em seu confinamento. Então ele pegou sua espada, alguns livros e foi para a floresta. Assim que ele se refrescou e começou a virar as páginas de um dos livros, ele ouviu alguns silvos. Os sons pareciam até desesperados. Wong olhou para cima, e viu em uma árvore alta um louva-a-deus e uma cigarra travando um combate mortal. Utilizando seus fortes membros, e suas garras em forma de gancho, o louva-a-deus atacou a cigarra violentamente. A batalha logo acabou, e a cigarra foi devorada.
Uma ideia passou pela mente de Wong. O louva-a-deus lutou de maneira engenhosa, o timing de seus avanços e fugas foi perfeito; ele utilizou ataques de longa distância e técnicas de aproximação corretamente; ele agarrou e soltou metodicamente. Wong pensou: “Isso não lembra técnicas de luta?”. Então Wong capturou o louva-a-deus e o trouxe de volta ao templo. A partir daí, Wong provocou o louva-a-deus todos os dias com um pequeno graveto. Simultaneamente, ele observou cuidadosamente suas reações.
Sendo um homem analítico e inteligente (e um perito em diversos estilos de artes marciais), Wong logo formalizou que o louva-a-deus utilizava-se de doze métodos principais para ataque e defesa, que hoje são conhecidos como as doze palavras-chave do estilo louva-a-Deus. Este trabalho não foi feito de maneira unilateral, mas, contou com a contribuição de outros 17 mestres do Norte da China, o que descreve, inclusive, uma das formas antigas do sistema: Sahp Baht Sao (18 Anciãos), que diz respeito a um tributo aos 18 Mestres do sistema.
O Kung Fu louva-a-deus é um sistema de arte marcial chinesa mais praticado em todo o mundo e certamente o mais praticado no Brasil. Possui técnicas de luta eficientes pela velocidade e precisão. É um sistema completo de luta (junção de 18 dos melhores da China no século XVII). Contém grande diversidade de técnicas de mãos livres, armas, lutas e energia interna. Suas principais características são:
1. técnicas suaves e rígidas;
2. o ataque se faz simultaneamente à defesa e não de modo isolado;
3. diversidade de estratégias com base em oposições: alto/baixo; esquerda/direita; pés/mãos.
Toda essa riqueza faz com que muitos praticantes de outros estilos de Kung Fu procurem o louva-a-deus para o aprimoramento em luta.
MENDONÇA, Samuel (org.) (2014). Brendan Lai: Praying Mantis System in Brazil. Campinas: Librum.